sexta-feira, 31 de dezembro de 2021
domingo, 12 de dezembro de 2021
Bolso deslocado
Quando a febre das idades passar
vou te guardar num bolso próximo,
perto de onde se vibra o
indiereggaefunkabilly que fizemos.
Corpos comuns de uma só cor
testando a aquarela de desejos,
sem esperas e lamentações
sem queixas nem expectativas.
Uníssonos no flagra,
indistintos nas ondas dos cosmos,
faremos o único sentido possível
e o absurdo mais insólito.
Seremos privados e alardeados de muitos
porque nossa justeza não suscita porquês
nem descrenças.
Será após a era dos jugos
que te levarei secreta e escandalosamente
em cicatrizes costuradas que
choram riem marcam pulsam
a imensa jornada
de um bolso deslocado.
sábado, 25 de setembro de 2021
Por que lado
Os dois lados que me mostras
apenas só me confundem
com cutículas que sangram
mais encartes recolhidos
e novas conflagrações
O lado que me reportas
vai do silêncio ao ruído
sem passar por ideias
vidas novas e incertas
vastidões pseudo-ocupadas
E este em que me lês
jamais me revela
espelho d'água ao sol
que ao se perturbar
se cintila e cega
Para o lado onde me levas
cada momento contigo
de sossego gritado
é um futuro inventado
que vale a dura pena
Os lados divididos
conquista e doação
curso e contingência
são uma fenda cava
e nós a sutura
domingo, 16 de maio de 2021
"Desamparo Aprendido"
Um sol arrastado casa a dentro
vence o galho que ensombra
e traz o sossego do tempo que pensa
que se em Marte tem terra.
O homem que brinca em atos sérios
contemporiza se valeu a pena,
se o que sobrou não é demais e pequeno,
diante de brilhos apagados nas janelas.
Percebe pares seus em queda
e vãos ínfimos em suas ventas
que ardem e não se preenchem:
Seu canto mesmo em farelos
não cede a incongruências,
faz imprecisa reação nos dentes
e uma língua indigente berra.
Doem-lhe as pilhérias
das faltas de outros lar e tema.
Mas essa inação aparente do homem
é sua prova dos nove estratégica.