domingo, 12 de dezembro de 2021

Bolso deslocado

Quando a febre das idades passar

vou te guardar num bolso próximo,

perto de onde se vibra o

indiereggaefunkabilly que fizemos.

Corpos comuns de uma só cor 

testando a aquarela de desejos,

sem esperas e lamentações

sem queixas nem expectativas.

Uníssonos no flagra,

indistintos nas ondas dos cosmos,

faremos o único sentido possível

e o absurdo mais insólito.

Seremos privados e alardeados de muitos

porque nossa justeza não suscita porquês

nem descrenças.

Será após a era dos jugos

que te levarei secreta e escandalosamente

em cicatrizes costuradas que

choram riem marcam pulsam

a imensa jornada 

de um bolso deslocado.